Um alerta severo para quem diz servir a Deus, mas vive longe do coração Dele.

A Bíblia mostra que os fariseus pregavam um peso que eles mesmos não carregavam. Mateus 23 diz que “atavam fardos pesados”, mas nem com um dedo queriam ajudar. Era um evangelho que oprimia, não libertava. Um evangelho de aparência, de roupa bonita, mas com o coração carregado de orgulho, vaidade e competição. Jesus os chamou de “sepulcros caiados”: brancos por fora, mortos por dentro (Mateus 23:27). Eles sabiam falar, cantar, ensinar; mas não sabiam amar.
Esse falso evangelho aparece quando alguém aponta o erro dos outros, mas nunca reconhece os seus. Quando exige santidade, mas vive em pecado escondido. Quando honra a Deus com os lábios, mas o coração está longe, como Isaías já havia declarado e Jesus reafirmou em Mateus 15:8. É duro, mas é real: há muita gente que serve no culto, mas não serve em casa; que prega santidade, mas negocia princípios; que fala de avivamento, mas não ora; que levanta a mão no louvor, mas fecha o coração para o próximo.
Jesus ilustrou esse contraste ao contar sobre o fariseu e o publicano em Lucas 18:9-14. O fariseu orava cheio de si, enumerando méritos. O publicano, quebrantado, mal levantava os olhos. A voz do orgulho subiu, mas o coração humilde foi o que Deus ouviu. Outro momento foi quando os fariseus arrastaram a mulher adúltera até Jesus em João 8. Eles carregavam pedras, mas não carregavam misericórdia. Tinham versículos na boca, mas pecado escondido nas mãos. Bastou Jesus confrontar: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra.” Um por um, foram saindo, porque não havia pureza em nenhum deles.
Nicodemos, porém, mostra que há saída até para o religioso endurecido. Mesmo sendo fariseu, ele procurou Jesus à noite (João 3). A religião o formou, mas não transformou; ainda assim, ele buscou a luz. Isso prova que quem se humilha pode recomeçar. Deus não rejeita quem decide nascer de novo.
O problema nunca foi o fariseu de dois mil anos atrás; é o fariseu de hoje. É gente que ama título, mas não ama pessoas. Gente que exige mudança dos outros, mas não muda nada em si. Gente que se preocupa em parecer espiritual, mas não em ser. E Jesus continua dizendo as mesmas palavras duras: hipócritas, cegos, guias de cegos. Ele não suavizou a verdade para agradar. Ele falou o que precisava ser dito.
Esse texto é um alerta para quem vive um evangelho de fachada. Deus não procura performance, procura verdade. Não aceita um coração dividido. Não se impressiona com aparência, posição ou discurso. Ele olha para dentro. Ele sonda intenções. Ele vê além da luz do palco, Ele vê o segredo da vida.
O chamado hoje é claro: abandone o evangelho dos fariseus. Arrependa-se. Desça do pedestal. Viva no quebrantamento que atrai o favor de Deus. Ame mais do que critica. Perdoe mais do que aponta. Busque ser semelhante a Cristo, não à religião. Porque quem vive de aparência pode até enganar pessoas, mas nunca enganará o Deus que conhece cada pensamento, cada intenção e cada motivo oculto do coração.
Wilson teixeira - IEQ IND


